segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

NOEL ROSA



Noel de Medeiros Rosa (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1910 — Rio de Janeiro, 4 de maio de 1937) foi um sambista, cantor, compositor, bandolinista, violonista brasileiro e um dos maiores e mais importantes artistas da música no Brasil. Teve contribuição fundamental na legitimação do samba de morro e no "asfalto", ou seja, entre a classe média e o rádio, principal meio de comunicação em sua época - fato de grande importância, não só o samba, mas a história da música popular brasileira.

Noel Rosa nasceu de um parto muito difícil, que incluiu o uso de fórceps pelo médico obstetra, como medida para salvar as vidas da mãe e bebê. Além disso, nasceu com hipoplasia (desenvolvimento limitado da mandíbula), o que lhe marcou as feições por toda a vida e destacou sua fisionomia bastante particular.

Criado no bairro carioca de Vila Isabel, primeiro filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa e da professora Martha de Medeiros Rosa, Noel era de família de classe média, tendo estudado no tradicional Colégio São Bento.

Adolescente, aprendeu a tocar bandolim de ouvido e tomou gosto pela música — e pela atenção que ela lhe proporcionava. Logo, passou ao violão e cedo tornou-se figura conhecida da boemia carioca. Entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar mostrou-se pouco atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e noitadas regadas à cerveja. Noel foi integrante de vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás, ao lado de João de Barro (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito.

Noel teve, ao mesmo tempo, várias namoradas e foi amante de muitas mulheres casadas. Casou-se em 1934 com uma moça da alta sociedade, Lindaura, mas era apaixonado mesmo por Ceci (Juraci Correia de Araújo), a prostituta do cabaré, sua amante de longa data. Era tão apaixonado por ela, que ele escreveu e fez sucesso com a música "Dama do Cabaré", inspirada em Ceci, que mesmo na vida fácil, era uma dama ao se vestir e ao se comportar com os homens, e o deixou totalmente enlouquecido pela sua beleza. Foram anos de caso com ela, eles se encontravam no cabaré a noite e passeavam juntos, bebiam, fumavam, andavam principalmente pelo bairro carioca da Lapa, onde se localizava o cabaré. Ele dava-lhe presentes, joias, perfumes e ela o compensava com noites inesquecíveis de amor.

Noel passou os anos seguintes travando uma batalha contra a tuberculose. A vida boêmia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível para o artista, que entre viagens para cidades mais altas em função do clima mais puro, sempre voltava para o samba, à bebida e o cigarro, nas noites cariocas, cercado de muitas mulheres, a maioria, suas amantes. Mudou-se com a esposa para Belo Horizonte, lá, Lindaura engravidou, mas sofreu um aborto, e não pôde mais ter filhos, por isso Noel não foi pai.

Trabalhou na Rádio Mineira e entrou em contato com compositores amigos da noite, como Rômulo Pais, recaindo sempre na boêmia. De volta ao Rio, jurou estar curado, mas faleceu em sua casa no bairro de Vila Isabel no ano de 1937, aos 26 anos, em consequência da doença que o perseguia desde sempre. Deixou sua esposa viúva e desesperada. Lindaura, sua mulher, e Dona Martha, sua mãe, cuidaram de Noel até o fim.


Em 1991, alguns artistas se reuniram para prestar a devida homenagem ao grande compositor Noel Rosa, interpretando algumas de suas composições. Este é o tributo máximo à este grande expoente do samba elitizado. Confira, abaixo, a lista dos artistas que lhe prestaram homenagem.


Clique no link abaixo e faça o Download do CD SongBook Noel Rosa - Homenagens.



01 Três apitos - Tom Jobim
02 Tarzan, o filho do alfaiate - Djavan
03 Com que roupa - Gilberto Gil
04 Feitio de oração - João Nogueira e Luiz Melodia
05 Cor de Cinza - Jards Macalé
06 Último desejo - Gal Costa e Marco Pereira
07 Gago apaixonado - João Bosco
08 Pela décima vez - Maria Bethânia
11 O orvalho vem caindo - Carlos Lyra e Verônica Sabino
12 Feitiço da Vila - Ney Matogrosso, Francis Hime e Rafael Rabello
13 Meu barracão - Caetano Veloso
14 João Ninguém - Tom Jobim
15 As Pastorinhas - Moraes Moreira
16 Prá que mentir - Cassiano
17 Cem mil réis - Chico e Luísa Buarque
18 Prá esquecer - Nelson Gonçalves e Rafael Rabello
19 Palpite infeliz - Os Cariocas
20 Não tem tradução - João Nogueira
21 O "X" do problema - Carlos Lyra e Luiz Melodia
22 Quem dá mais - Eduardo Dusek

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